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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

"Quero aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo. Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha caixa de lápis de cor".
 Ana Jácomo



terça-feira, 19 de agosto de 2014

Palavras quando não andam sincronizadas com nossos pés, não chegam a lugar algum, não dizem absolutamente nada. É na coerência das ações que a gente se encontra e o outro nos reconhece.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

"Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente. Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro de alguma forma, no toque mesmo, na voz ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades; E tinha medo de altura, mas não evitei meus abismos: são eles que me dão a dimensão do que sou..."


Marla de Queiroz

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Mais um de Marla de Queiroz... Simplesmente lindo e perfeito!

E que o mais importante seja o amor: ele mesmo, em estado bruto até a sofisticação da evolução de ambos. Aquele que está além da dimensão homem-mulher, mas que abrange primeiramente o amor próprio, o amor à vida, o amor ao que nos fortalece, reforça nossa esperança, que nos amadurece e deixa gratos. O amor por mais um dia, por mais uma vitória, pela aceitação que supera o que antes era só uma maneira de admitir, mas que não nos conduzia à plenitude do que realmente a existência reservou para nós. Amor que não depende, agrega. Que não subtrai, soma. Amor que não “embarulha”, mas soa feito melodia doce. Amor que respeita a individualidade antes e apesar de qualquer coisa. Amor que nos faz enxergar o Outro como ele é sem as distorções e anestesias da carência ou quaisquer coisas que alterem nossa percepção de mundo. Sentimento que descobrimos sem medo, à flor da pele, cientes de que temos todas as ferramentas para superar conflitos, frustrações e que podemos evoluir também no que é desconfortável. Amor construído para ser saudável: sem pressa, ansiedade ou impulso. Tranquilamente o nosso coração abraça o Outro com toda a sua bagagem de potencialidades desenvolvidas e limitações. E o parceiro acha morada ali, naquele abrigo de paz. Não o único abrigo de paz, apenas mais um deles. Porque nossa vida é composta por muitas outras pessoas, paisagens, sensações que não podem ser excludentes quando decidimos nos unir. Amor de querer bem. Amor de se cuidar. Amor que sabe a hora também de deixar ir...
Tem que ser simples para ser bom mesmo que não seja fácil.
Que assim seja. Que seja SIM.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sabe quando vc lê algo, e sente que tudo ali te descreve? Pois...

"Eu não carrego pesos desnecessários, por isso carrego uma mochila que não cabe nada além das minhas escolhas: com o que tenho, ainda posso voar, pois a minha consciência é leve! (...) Eu sou minha bagagem. Não importa o que tenha dentro dela. Eu preciso saber o que posso deixar pra trás para me sentir leve. Apenas isto! Eu cresci demais em uma experiência triste recente e, independente do que tenha acontecido de desagradável, eu só trouxe comigo o crescimento. Estamos aqui para evoluir. Por isso não critico ou julgo, pois eu preciso entender a limitação de cada um, mesmo que eu não a aceite. Os que passam a vida criticando, se colocam num patamar de superioridade: para estes o crescimento é mais lento e doloroso(...). É mais fácil,melhor e mais suave quando podemos tecer nossa narrativa e deixar que a vida "dance conosco".
Enfim... Eu tenho muita sorte!
Só me resta ser grata."

Marla de Queiroz

terça-feira, 25 de março de 2014

"...E são tantas marcas que já fazem parte
Do que sou agora, mas ainda sei me virar..."





segunda-feira, 24 de março de 2014

"Vai! Abraça a vida! 
Envolve-te por completo, seja inteiro. 
Faz poesia do pranto, seja riso o teu canto! 
O olhar que se vê seja atento, 
pra que não passe de ti a felicidade do encontro. 
E este, quando posto face a face exale o perfume do amor. 
Faz a vida valer, mostra pra ela o que é crer! 
Aviva a tua lucidez de viver. 
Traz cores, formas, faz de ti um novo florescer." 

(Karla Tabalipa)

terça-feira, 18 de março de 2014

Não sei quantas almas tenho


Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que eu sou e vejo.
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu"?
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa


Analise do Poema “Não sei quantas almas tenho”

No poema “Não sei quantas almas tenho” o poeta reflecte acerca de si próprio, tentando responder à questão “Quem sou eu?”.
Na primeira estrofe há uma alternância temporal presente/passado aliada ao advérbio de modo “continuamente”, que expressa a constante fragmentação sentida pelo sujeito poético, ontem, hoje, sempre.
O poeta passa da primeira para a terceira pessoa nos três últimos versos da primeira estrofe, quando usa a generalização “todo(s), toda(s), o(s), a(s), aquele(s), aquela(s)”.
No sexto verso denuncia a angústia que a instabilidade lhe provoca, ou seja, o poeta que é constituído apenas por alma, vive na ânsia de se encontrar; por isso, vive sem “calma”, sem repouso.
Nas duas primeiras estrofes, salienta a fragmentação do sujeito poético “Não sei quantas almas tenho. /Cada momento mudei. /Continuamente me estranho.” e “Torno-me eles e não eu.”;
O seu desconhecimento em relação a si próprio “Cada momento mudei. / Continuamente me estranho. / Nunca me vi nem achei.”;
O sentimento de despersonalização “Torno-me eles e não eu. / Cada meu sonho ou desejo/ é do que nasce e não meu.”;
O seu papel de “espectador” de si “Sou minha própria paisagem, / assisto à minha passagem”;
A sua constante inadaptação “Diverso, móbil e só, / não sei sentir-me onde estou.”.
Na segunda estrofe, o poeta volta a centrar-se em si próprio utilizando uma tripla adjectivação para se autocaracterizar “Diverso, móbil e só”. Aponta, uma vez mais, para a multiplicidade do sujeito poético “Diverso”, definido como um ser volúvel e inconstante “móbil” e salientando a sua solidão “”.
A locução “Por isso” assume o carácter explicativo/conclusivo em relação às duas estrofes anteriores. O sujeito poético, tendo tomado consciência da divisão do seu “eu”, do seu auto desconhecimento, sente-se um estranho (“alheio”) em relação a si próprio. Olha para as “páginas” da sua vida como quem lê um livro que outrem escreveu, chegando a pôr em dúvida os seus próprios sentimentos – “o que julguei que senti”.
O sujeito poético sinaliza versos em que se define como um ser sem passado nem futuro “o que segue não prevendo, /o que passou a esquecer.
Os dois últimos versos são um desfecho lógico para o poema sendo “alheio” à forma como a sua vida se desenrola, não passando de um “espectador” que assiste à sua “passagem”, o sujeito poético não poderia tão pouco redigir notas à margem no “livro” da sua vida. O último verso encerra a resposta à interrogação retórica do verso anterior: alguém superior ao próprio sujeito comanda a sua vida.


terça-feira, 11 de março de 2014

"Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima. Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar."

M. Medeiros


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014


"Não me satisfaço contemplando o mundo emoldurado por janelas: duas metades do horizonte ficam suprimidas por paredes de concreto. Eu preciso lambuzar meu olhar de tanto céu e apreender tudo que pulsa, e ver pulsação no que está inerte..."

Marla de Queiroz



Já não te ouço. São tuas mãos que argumentam, irrefutavelmente, nossa proximidade. Já não te ouso, mas não resisto a tua convicção cheia de passos. Já não te amo, embora o que se desabotoe agora não seja mais o desbotado de outrora. 
Estamos em uma nova fase: ciclos em círculos de ciranda...

Erramos os passos da dança, mas permanecemos de mãos dadas. 

Marla de Queiroz