Gosto de palavras grandes, de sentido amplo. Gosto da coletividade. Uma vez imaginei uma sociedade incomum, onde os diferentes eram maioria. As pessoas de cicatrizes eram mais charmosas, moças naturalmente libidinosas eram invejadas e palavras como santa eram xingamentos. Adoro pensar em inversões. Queria que as pessoas soubessem expor seus defeitos mais tortuosos para que o mundo se chocasse e entrasse em conflito de existência. Confesso que muitas vezes peço o caos. A calmaria sempre tão desejada quase sempre me leva a um caos profundo. O parado à motilidade e a beleza ao que não reluz.
(...) Discordo que o ser humano criativo é um finjidor. Finjir cansa. Mata as situações mais potencialmente cômicas ou trágicas que podem surgir. Não menciono o extremo. Mas convenhamos? Ele tem de existir.
(...) Caçamos clichês, expomos o ridículo de nós mesmos e procuramos nunca prever o fim. Tudo bem ... É outra certeza. Mas arregalamos o olho da cobiça só no aparecimento de uma nova história. Ou a antiga, outras vezes a repetição, outras a multiplicação e em raríssimos casos o celibato. Em estado excitado eu digo: emano luz pelo ser humano. Nada me faz gozar tão depressa quanto as questões correlatas a sua existência. Exemplificando? Saber que ao demonstrar algo ao outro, esconde-se um pensamento. Nunca estamos completamente sós... Agora mesmo deve ter poeira atravessando por debaixo da porta.
by : Davi Mendes