Depois de ter suportado tudo, ela sentiu que precisava
pensar um pouco mais em si, ser a própria luz no caminho escuro, tornar-se um
tanto egoísta talvez. Desde então, mudou o rumo das coisas e
finalmente atinou para tais objetivos.
Mas como haveria de ser agora? Sem ele, sem aquela presença
constante, sem o abraço confortável, o carinho e cuidado, que pra ela, sim ao
menos pra ela, existia de verdade.
Ele não estava mais ali...
E era preciso aceitar isso, olhar no celular e não ver o alerta de
mensagens indicando aquele número de telefone, que pela força do hábito não sairia
da sua memória por tão cedo. Dessa vez
não haveriam registros, nem ligações no meio da madrugada a chamando carinhosamente
por qualquer um daqueles codinomes carinhosos que costumam criar os casais
apaixonados...
Ela gostava da inquietação louca que lhe causava aquele
amor! Tomava-lhe todas as energias, e a fazia viver só “para ele”, mesmo que
fosse por pensamentos, numa dessas horas
do dia, em que não se pode estar junto apenas por conta dos afazeres de uma
rotina diária.
Mas toda aquela energia gasta era em vão, os impedimentos iam
além de toda a complexidade, e ela começava a considerar que seria quase
impossível viver aquele amor. Havia uma grande “teia” de forças contrarias, dessas
feitas por muitas aranhas venenosas. E
logo ela, não aprendera a brigar pelo que era tão difícil... achava que as vezes seria mais
seguro recuar.
Foi então que decidiu ser racional, sim, as vezes as pessoas
conseguem! O amor tem dessas coisas, nem
sempre é possível usar só o coração, porque nessas circunstancias ele fica
teimoso a beça! E além do mais, era
preciso considerar que: Ela precisava pensar nela; e no quanto aquele
relacionamento lhe trazia conflitos, lhe tirava a própria identidade... Embora houvesse vivido momentos incríveis inesquecíveis, e todos os outros “íveis” pertinentes à classificação de algo
bastante intenso.
Ela tinha o cheiro dos desejos dele... E ele a trazia um toque, que lhe arrepiava a
pele inteira...
Era tempestade de sentimentos, pois também constantes eram os conflitos, mas, por
pura ironia controversa, os mesmos eram
exatamente proporcionais à intensidade do amor e do desejo que sentiam um pelo
outro... Eram voluntariamente atraídos,
imã e metal... e difícil mesmo era manter alguma distancia, exatamente por conta
dessa mistura de sentimentos que os atraía, pelo caos seguido de paz que
proporcionavam um ao outro.
O fato é que haviam se apaixonado, da forma mais
intensa que isso possa acontecer, e ela sabe o quanto essas coisas demoram em se
desfazer, mas ainda assim, decidiu seguir, embora sozinha, mas, sobretudo, portando
uma vontade exímia de ser feliz, percorrer os caminhos, lutar a vida, e achar o
bosque das frutas maduras... Ela sabia que era preciso “garimpar o ser” pois dentro dela havia uma pedra preciosa,
mas ainda em estado bruto, pronta pra ser lapidada, talvez por um novo intenso amor.
JFA.
JFA.